"No mês de novembro cruzei o "Atlântico" para visitar meu primo frei Alisson e conhecer o grandioso trabalho de sua missão franciscana. Sua terra de missão em Cangandala há 400 km da capital desprovida de saneamento básico e com galopante doenças tropicais: paludismo, febre tifoide, tse tse, minas terrestres compreendendo noventa comunidades.
Numa realidade matriarcal são as Marias de cada dia que vão pra roça plantar sua mandioca seu milho para a subsistência familiar, caminham horas para chegar no pedaço de terra que sempre e do governo, caminham o dobro para buscar água trazendo colheita, ferramentas e água em suas cabeças não esquecendo o amor carregando o tempo todo seus filhos no pano em suas costas.
O respeito com o sagrado, as senhoras ao entrar nas capelas das aldeias curvam seu corpo no chão e reverenciam o Deus da vida num gesto muito comovente beijando o chão . Os cantos, palmas e danças na língua kimbundo ou umbundo são expressão forte de libertação de um povo marcado pela guerra, exploração e algemados por uma república que nada mais é que o comunismo velado.
As igrejas não tem ouro e nem prata mas simplesmente o Mestre, precisa de mais? são construídas de adobe como as casas das aldeias e cobertas de sapê ou telha.
O crucifixo de São Damião que falou com São Francisco e está nas capelas também fala ao coração: reconstrói minha igreja onde estiver . Obrigado primo frei Alisson pela oportunidade e portas escancaradas da missão: oração torcida admiração e respeito pelo fecundo trabalho." Que mama muxima ( mãe do coração ) mama África rogue por nós
( Evandro Luis Zanardo Paulim )
Nenhum comentário:
Postar um comentário